Sunday, May 10, 2009

Dança de emoções

Sábado à noite e eu recebi o convite da querida Selma para ir ao Clube Piratininga, em Higienópolis, onde acontece um baile de dança de salão. Não sou a melhor dançarina, mas a saudade da Selma e a curiosidade que me é peculiar me convenceu a ir.
Chegando ao lugar, a primeira sensação é estar dentro de um filme. Um filme antigo. Muitos homens e mulheres, a maioria na faixa dos 60 anos, elegantemente vestidos e arrumados para uma festa, cada um na medida das suas posses é claro. A música, ao vivo, mistura sucessos de vários estilos e com uma característica em comum: todas são músicas antigas.
As mesas estão cheias de mulheres sentadas a espera de um par para dançar. No meu caso, a espera não demorou muito. Poucos minutos depois de chegar, um senhor beirando os 70 anos me leva para a pista segurando pela mão. Eu peço para que ele tenha paciência com a minha falta de habilidade e ele se propõe a ser meu professor (o primeiro de alguns na noite). Ele dança comigo uma série de músicas românticas. Dança e me conta uma parte da sua história: casamento, filhos, melhores lugares para se dançar em São Paulo.
São 15 minutos por série de músicas. Um relógio digital enorme no fundo do salão informa o tempo passando. Deve ser típico desses lugares... para ajudar os casais a saberem quanto falta daquele estilo de música.
Não parei de dançar. Quase não consegui conversar com minha amiga, que também dançou muito. Vi muita gentileza e elegância no local. "yo te manejo" me disse o velhinho argentino, que insistia em dançar de rosto colado. Nenhum problema. Não havia malícia, só estilo.
Meu último parceiro era amante de boleros. Rodopiou comigo por todo o salão pelos 15 mintuos e eu me deixei levar olhando os casais a minha volta. Queria filmar as cenas que via. Casais de cabeça branca se beijando aqui e ali. Olhares apaixonados, companheirismo e alegria. "Você é tão leve, tão fácil de levar" dizia meu parceiro. Ele estava orgulhoso dos progressos que eu fazia. Mal sabia ele que o mérito era dele e do lugar. No final, me levou de mãos dadas à minha mesa. Todos eles fizeram isso. Coisa de cavalheiro.
Agradeço à Selma pela oportunidade. Quero voltar mais vezes. Talvez um dia faça um filme de verdade sobre essas histórias.
Acho que qualquer mulher deveria tentar um dia... despir-se dos preconceitos, vestir uma roupa bem elegante e caprichar na maquiagem e no perfume. O ambiente merece.

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