Thursday, December 04, 2008

Amor não é necessidade básica

O amor em mim é tão grande que vai me sufocar e me matar, como uma necessidade básica não atendida. É sem rumo e sem dono. O amor em mim é um veneno que intoxica corpo e alma. Está aqui, dentro de mim. Não sei de onde veio, nem há quanto tempo. Não sei como começou. Talvez tenha apenas ocupado o espaço vazio de deixar de amar.
Se eu pudesse ou soubesse como, vomitava como um alimento estragado. Ou cospia até sair todo e acabar. Se fosse um órgão vivo eu arrancava do corpo. Mas talvez ele não exista fora de mim. Talvez não seja nada de verdade a não ser minha resistência em acreditar que a solidão é uma coisa real e inevitável para qualquer pessoa que valorize a individualidade. Qualquer um que viva por si e não pelo outro. Que tenha decidido assumir os próprios riscos.
Pode ser que esse amor todo, disfarçado de necessidade básica, seja um artifício para a dor de saber que, no fim das contas, a gente morre sozinho e ponto.

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