Cheia de novo

Um dia eu vou dar uma finalidade melhor a esse blog do que ficar falando só do que eu sinto, mas por enquanto é pra isso que ele serve. Hoje, domingão, voltando sozinha de Porto Ferreira (quatro horas de viagem) tive uma sensação muito esquisita: de repente não conseguia mais me lembrar como foi ter vivido seis anos com o Luiz. Sumiu tudo... ficou um vazio. Pânico. Foram alguns segundos, como se outra pessoa tivesse vivido a minha vida no meu lugar. Aí tocou uma música familiar no MP3 e voltou tudo, feito um turbilhão de lembranças, muito rápido, como nos filmes: todos os shows, passeios no centro da cidade, alegria de estar na galeria do rock, as viagens pra Pernambuco, o carnaval, sacos enormes de pipoca e sempre sentar na ponta no cinema, amassos nas baladas, o prazer do carinho nas costas, o rosto dele cantando pra mim as músicas que ele gostava e que era a melhor parte dos shows, longos beijos de olhos fechados andando de costas... pronto, voltou tudo e o vazio encheu de saudade. Dói dói dói dói... mas eu prefiro assim. Não quero esquecer. Quero lembrar sem dor. Uma hora eu consigo.