Thursday, February 11, 2010

Uma amiga me mandou esse texto do terapeuta dela.
Me senti como se ele estivesse falando comigo. Será que eu sou tão óbvia?
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Culpa

Estamos nós desejosos, consciente ou inconscientemente, de nossa própria destruição?
O ser humano chegou a um ponto de não se tolerar mais?
A Natureza não é parcial.
Aparentemente estamos fatigados de nós mesmos. De nossas atitudes como espécie.
Não suportamos perceber que “destruímos” tudo ao nosso redor. Mesmo o mais ecologicamente correto deixa sua marca de lixo e transformação no planeta.
Não adianta achar que ficaremos “limpos e bons” de um dia para o outro, pois esta não é nossa natureza.
Nossa natureza é expansiva, controladora, gananciosa e voraz.
O controle sobre isso está na consciência que nos reprime quando passamos dos limites.
O ser humano está cheio de culpa por ser o que é.
Esta culpa pode ser notada pela quantidade de vezes que estamos falando sobre o “Fim do mundo”, “Armageddon”, “2012” e aí afora.
Isto nada mais é do que um reflexo de nosso desejo de que algo externo venha para resolver nosso dilema.
Não queremos morrer como indivíduos, mas não nos suportamos como espécie.
Seria de certa forma até confortável que alguma catástrofe global resolvesse este problema.
Uma força externa, como uma vontade divina, determinando nosso destino. Uma redenção por nossos “pecados”.
Mas não.
Por mais que queiramos achar que cada tempestade de verão seja um sinal do Fim do Tempos, não vamos nos livrar tão facilmente de nós mesmos.
Negar a “sujeira” humana, a “maldade”, só piora o nosso comportamento.
Sua Consciência provavelmente sabe o quanto e difícil lidar com seus desejos mais “destrutivos”
Não adianta, não tem fuga.
O jogo é exatamente esse.
Temos que estar atentos sobre isso pois este é o melhor jeito de nos administrarmos.
Não precisamos de nenhuma tragédia para fazer aflorar nossos sentimentos comunitários.
Olhe para os indivíduos a sua volta e perceba quão complexo e belo é o humano.
Perdemos esta percepção quando massificamos nosso comportamento. Fica mais fácil ver nosso lado ruim quando este é impessoal.
Veja como o Seu lado “ruim” e o seu lado “bom” estão entrelaçados.
Não projete a culpa na Massa. Veja sua própria culpa e assuma esta arte de equilibrista que é a existência humana.

Dr. Leonardo Verri Paulino
Médico formado pela FMABC com mestrado pela UNIFESP
Especialização em Psicologia Junguiana pela FACIS/IBEHE

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